Comportamento
Você conhece a Língua Brasileira de Sinais?
Em 23 de setembro é comemorado o Dia Internacional das Línguas de Sinais, data que lembra a importância da inclusão da comunidade surda na sociedade. No Brasil, a língua de sinais é comunicada por meio de gestos. Pérola, 10 anos, que nasceu surda, teve contato com Libras pela primeira vez aos 2 anos. Hoje, ela está no 4o ano do Polo Bilíngue do CEU Emef José Saramago, na zona sul de São Paulo, onde as crianças aprendem a língua do berçário até o 9o ano.
A partir do 6o, os estudantes também têm aulas com crianças não surdas (chamadas de ouvintes). Agora que já domina a Libras, Pérola está empenhada em ficar fluente no português e quer aprender inglês. “Foi importante ela ter tido contato com outras crianças surdas desde cedo. Quando não está na escola, ela gosta de conversar com os colegas por videochamada”, conta a mãe, Andreza Costa.
Questionadora, a estudante se pergunta porque ainda falta tanta inclusão das pessoas surdas na sociedade. “Não tem Libras em muitos lugares. Quando vou ao médico, por exemplo, não tem nenhum livro em Libras (conheça alguns abaixo)”, disse Pérola em conversa traduzida pela mãe. Patrícia dos Santos, professora no Polo Bilíngue, também destaca essa falta de inclusão. “Acho que as pessoas deveriam pelo menos tentar aprender algumas palavras e expressões para incluir quem é surdo.”
Nicolly, 10, aluna do 4o ano do Polo Bilíngue, tem 30% de audição nos dois ouvidos e começou a aprender Libras aos 6 anos. “Depois disso, Nicolly passou a interagir melhor com as pessoas, inclusive comigo”, diz Telma Silva, mãe da menina. Na escola, a estudante gosta de contar histórias em Libras e brincar com os colegas. “Eu sei muitas coisas em Libras, como letras e sinais. O mais difícil no momento é entender os sinais de matemática”, diz Nicolly.
LIVROS, VÍDEO E APP
Em “A Surda Absurda” (Editora Geektopia), a autora Cece Bell narra a história de uma menina que usa aparelho auditivo em seu primeiro dia em uma escola nova.
Com o aplicativo Librazuka, você aprende o alfabeto, números e gramática em Libras por meio de jogos.
Nos livros “Cinderela Surda” e “Rapunzel Surda” (Editora Ulbra), escritos por Carolina Hessel, Lodenir Karnopp e Fabiano Rosa, os contos tradicionais são traduzidos em Libras.
Veja como falar algumas palavras em Libras, como obrigado, água e fome, neste vídeo. Clique aqui.