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Você sabe o que é etarismo? Confira entrevista com especialista
Em um vídeo que viralizou na internet, estudantes de uma universidade do interior de São Paulo ironizaram uma colega por ela ter mais de 40 anos e estar na faculdade. “Gente, quiz do dia: como ‘desmatricula’ um colega de sala?”. Outra responde: “Mano, ela tem 40 anos já. Era para estar aposentada”. “Realmente”, concorda a terceira. O fato serviu para reacender o debate sobre o etarismo. Mas você sabe o que é isso e por que ele acontece? Conversamos com Layla Vallias, especialista em economia da longevidade, para entender mais sobre o assunto.
O que é exatamente o etarismo?
É o preconceito etário, um prejulgamento de alguém baseado em sua idade. Pode ser dos mais velhos com os mais novos, mas, no geral, como a nossa sociedade valoriza muito a juventude, ficou mais associado ao preconceito com as pessoas mais velhas.
E como ele pode se manifestar?
De várias formas. Desde supostos elogios, que parecem uma coisa mais sutil (por exemplo, dizer para uma mulher de 50 anos que ela está bonita para a idade) até de formas mais agressivas, com frases como “o que essa velha está fazendo aqui?”.
É comum no Brasil?
Infelizmente, sim. Aqui se valoriza muito o jovem. Mas já há países, como o Japão, que olham para a maturidade como sabedoria.
Como podemos evitar?
Primeiro falando sobre isso, deixando claro que o preconceito etário é muito ruim. Outra coisa importante é incentivar as relações intergeracionais, ou seja, o contato com pessoas de diferentes idades.
Como estão os idosos atualmente?
O conceito de pessoa idosa mudou muito ao longo dos anos. Hoje uma pessoa de 60+ é muito ativa. Temos que empoderar essas pessoas, para mostrar que nunca é tarde demais para se reinventar, para começar. Esse é um desafio de toda a sociedade. Hoje, dizem que crianças de 12 anos estão velhas demais para brincar de boneca. Será mesmo? Nunca se é velho demais para nada nem novo demais. Respeito é importante em todas as idades!
“ETARISMO É O PRECONCEITO ETÁRIO, UM PREJULGAMENTO DE ALGUÉM BASEADO EM SUA IDADE”, – Layla Vallias, especialista em economia da longevidade