Cultura
Adélia Prado vence prêmio Camões
A poetisa mineira Adélia Prado, 88 anos, acaba de ganhar o Prêmio Camões, considerado o maior reconhecimento a autores da língua portuguesa. Concorrem escritores do Brasil, Portugal e de países africanos lusófonos, ou seja, cuja língua oficial ou dominante é o português. Além de Adélia, os brasileiros Chico Buarque (2019), Ferreira Gullar (2010), Lygia Fagundes Telles (2005), Rubem Fonseca (2003), Jorge Amado (1994) e Rachel de Queiroz (1993) foram alguns dos vencedores.
O júri declarou que Adélia é "autora de uma obra muito original, que se estende ao longo de décadas, com destaque para a produção poética". Uma semana antes ela havia sido homenageada pela Academia Brasileira de Letras com o prêmio Machado de Assis, que consagra autores pelo conjunto da obra. Após dez anos, Adélia anunciou que vai lançar, ainda em 2024, coletânea intitulada Jardim das Oliveiras.
Adélia Prado lançou o primeiro livro, "Bagagem", em 1976. Na sua trajetória destacaram-se contos, como "Solte os Cachorros", romances, como "Cacos para um Vitral", e também livros infantis. Os mais famosos são "Quando eu Era Pequena" (2006, editora Record), "Carmela Vai à Escola" (2011, editora Galerinha) e "Cantiga dos Meninos Pastores" (2016, editora Gulliver).
Em "Quando eu Era Pequena", a poetisa relembra sua infância em Minas Gerais, seus sonhos e brincadeiras e descreve cenários que marcaram a sua vida, como o lindo jardim que sua mãe cultivava. Ela escreveu: “Crianças têm o tempo a seu favor e a memória ainda é muito recente. Para elas, um filme é só um filme; uma melodia, só uma melodia. Ignoram o quanto a infância é impregnada de eternidade.”