Esportes
Atletas paralímpicos em ação
Atletas com deficiências físicas ou intelectuais participam da Paralimpíada de 2024, que também acontece em Paris, entre os dias 28 de agosto e 8 de setembro. São 4.400 atletas do mundo todo que disputarão 22 modalidades. Conheça dois brasileiros que fazem parte desse time e conversaram com a Qualé.
CAMISA 10 ESTÁ CONFIANTE
Os jogadores da seleção brasileira de futebol de cegos* são mais uma vez favoritos para trazer a medalha de ouro para o Brasil. Eles já ganharam cinco vezes as Paralimpíadas, os parapan-americanos e os campeonatos mundiais.
O capitão, Ricardinho, 35, em sua quinta Paralimpíada, afirma estar confiante. “O treinamento está forte, como sempre. A diferença é que, neste ano, estamos morando na mesma cidade, que é João Pessoa (PB). Isso deixa o grupo entrosado. Estamos otimistas.”
Eleito o melhor jogador em 2006, 2014 e 2018, ele aponta que uma das equipes mais ‘duras’ a enfrentar será a Argentina. “Apesar da responsabilidade de representar o país, tem que aproveitar o momento e extrair alegria dele. A gente ama o que faz.”
Ricardinho conta que costuma ensinar os atletas mais jovens que a preparação anterior aos jogos é essencial. “É necessário ter calma e confiança.” Segundo ele, as Paralimpíadas estão ganhando cada vez mais reconhecimento. “Sinto que está crescendo, tendo mais divulgação e os brasileiros estão mais interessados.”
Para ele, o maior conselho para quem pretende ser atleta é acreditar nos sonhos. “Todos nascemos com dons, é importante descobrir, desenvolver e acreditar nas nossas aptidões.”
FUTEBOL DE CEGOS
- Com cinco atletas no total, o goleiro pode ter visão baixa ou total, e os outros jogadores são cegos. Há o chamador, que fica atrás do gol adversário orientando o ataque de seu time, com batidas na trave.
- A torcida pode se manifestar somente quando a bola estiver fora do jogo.
- A bola possui guizos (sininhos), para a orientação dos jogadores.
DANIELLE BRILHA NO TIME DE GOALBALL
Quando a equipe feminina de goalball* conquistou o bronze no Parapan do Chile, em 2023, já sabia que não se classificaria para os Jogos de Paris. “Mesmo assim eu queria ir para as Paralimpíadas, ia dar meu jeito, nem que fosse por conta própria”, conta Danielle Longhini, 23. Mas ela não precisou. Por causa de uma mudança no ranking mundial, a seleção ganhou a vaga e vai representar o Brasil.
“A sensação é de responsabilidade e alegria. Lembro de acompanhar o Brasil na Copa do Mundo de futebol, na África, aos 9 anos. Foi quando quis, como eles, trabalhar com o esporte para representar meu país. Os torcedores merecem o nosso melhor”, conta a ala, que vai participar da sua primeira Paralimpíada.
Daniele conta que ainda não fez as malas, mas revela um item que sempre leva nas competições. “É um chaveiro de leão, um dos brinquedos que ganhei na infância. Representa a valentia, a liderança, o cuidado com os filhotes, a garra.” A atleta acredita que o segredo é a união da equipe e o que pode atrapalhar é a ansiedade em excesso. “Em relação aos times, não tem jogo fácil, mas ninguém é imbatível. Todos temos a possibilidade de subir no pódio”, conclui a jogadora, que nunca saiu do aeroporto de Paris. “Finalmente vou conhecer a cidade.”
GOALBALL
- Esporte com três atletas em cada time, cujo objetivo é fazer gols com as mãos.
- É permitida a participação de atletas com qualquer deficiência visual. Para ficarem em igualdade, todos jogam vendados.
- A bola é parecida com a de basquete e possui guizos.
CATEGORIAS 2024
Atletismo, natação, vôlei sentado (masculino e feminino), goalball (masculino e feminino), futebol de cegos, ciclismo, hipismo, canoagem, remo, taekwondo, tiro esportivo, tiro com arco, bocha e tênis de mesa. Até o fechamento desta edição, 150 atletas haviam sido classificados, mas a delegação espera ir com cerca de 250.
Você sabia?
O Brasil conquistou 72 medalhas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, em 2021 (22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes), e 72 nos do Rio, em 2016 (14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes).
ENQUANTO ISSO, NO TÊNIS DE MESA...
Bruna Alexandre, 29 anos, fez história. A atleta de tênis de mesa é a primeira brasileira a participar tanto da Olimpíada quanto da Paralimpíada de Paris 2024. Amputada do braço direito, ela já ganhou duas medalhas de bronze (Rio 2016 e Tóquio 2020) e uma de prata (Tóquio 2020).
Já viu a Qualé Especial Olimpíada de Paris? Acesse aqui a edição.