Entrevista
As aventuras de Dearo e Manu
Mike, 12 anos, não é nada popular na escola. É por isso que, segundo seus criadores, faz tanto sucesso. “Ele é uma pessoa normal, com qualidades e defeitos. Isso faz as pessoas se identificarem”, contou Gabriel Dearo, 29 anos, à Qualé. Ele e Manu Digilio, 28, são os autores da série de seis livros “As Aventuras de Mike” (Ed. Outro Planeta), cuja coleção já teve mais de 1 milhão de exemplares vendidos e está em dez países.
A história virou animação na internet (também na Amazon Prime Video) e uma peça de teatro, em turnê pelo Brasil. Confira nosso bate-papo.
Em quem o Mike foi inspirado?
Dearo - Em mim, quando tinha 12 anos. Costumo dizer que sou metade Mike e metade Nando, o melhor amigo dele. O Nando mais na parte de estar no mundo dele, distraído, às vezes não prestando atenção às coisas.
E sobre os outros personagens? Quais os favoritos?
Manu - Me identifico com a prima irritante, que é a irmã do Mike. Ela foi baseada em mim quando criança e na minha irmã, que hoje tem 10 anos. Elas gostam de unicórnios e são atentadas, travessas, correm e brincam sem parar. Dearo - Gosto da capivara Robson, que vive deitada no sofá vendo TV e comendo pizza.
Como foi a infância de vocês?
Manu - Sempre gostei de brincar.Adorava bonecas. Por incrível que pareça, brinquei até os 17 anos. Sonhava em trabalhar com alguma coisa na área de arte e acabou acontecendo. Dearo - Adorava jogar videogame e assistir a desenhos animados. Também era fã de brinquedos e brincadeiras em que podia criar personagens e histórias. Até inventava jogos. Criei o Banco Imobiliário de Ribeirão Preto, a minha cidade.
Antes de serem autores, começaram como youtubers. Como é isso?
Dearo - Começou como um hobby, mas agora virou nossa profissão. É um trabalho como qualquer outro, mas tem algo bem legal: o contato com os fãs. O brasileiro é muito emotivo e caloroso, e a gente sente isso quando encontra as pessoas.
Por que escolheram falar com o público infantojuvenil?
Manu - Na verdade, foi o público quem nos escolheu. Quando começamos a criar vídeos, fizemos um tipo de conteúdo que achamos engraçado, que tem humor infantojuvenil. Então, encaixou bem.
Vocês acreditam no poder da leitura?
Manu - Durante nosso crescimento profissional, percebemos o quanto os livros são importantes, nos ensinam e nos ajudam. É bom saber que estamos incentivando a nova geração a ler. Muitas vezes é a primeira leitura das crianças e elas acabam pegando gosto por ser uma história divertida e fácil de entender. Dearo - Tem gente que fala que crianças e adolescentes não gostam de ler, mas isso não é verdade! Quando a leitura é legal, atrai sim.