Brasil
Pantanal tem recorde de queimadas em 2024
Atualizado em 24/6/24,às 17h41
A temporada de queimadas no Pantanal começou mais cedo este ano. As cenas de destruição que costumam ser mais comuns a partir de agosto já estão em ritmo acelerado no bioma – a maior planície alagável do mundo ocupa parte do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul.
Segundo o governo do estado, cerca de 600 mil hectares foram destruídos entre janeiro e junho deste ano. Mais de 3.200 focos de incêndio foram registrados até o dia 24 de junho, o maior para este mês desde 1998, segundo dados do programa BDQueimadas, que pertence ao INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O número é 22 vezes o registrado no mesmo período de 2023.
O Mato Grosso do Sul decretou emergência para cidades como Corumbá. O decreto tem validade de 180 dias e permite que ações emergenciais sejam tomadas.
De acordo com especialistas, as mudanças climáticas intensas causaram a seca dos rios da região, principalmente o Rio Paraguai, e têm deixado o ecossistema vulnerável a incêndios. Muitos animais, como macacos, cobras e jacarés, foram encontrados mortos. "Como a queimada é de uma proporção muito grande, não dá tempo de eles fugirem e às vezes nem têm para onde fugir", afirmou Delcio Rodrigues, diretor do Instituto ClimaInfo.
Em 2020, cerca de 17 milhões de animais vertebrados morreram queimados. Se os incêndios continuarem nesse ritmo, este ano se encaminha para superar a marca.
Áreas queimadas no Pantanal
Em 2020 - 241.700 hectares
Em 2024 (de janeiro a junho) - 541.575 hectares
Fonte: Lasa (UFRJ)