Por três vezes na semana, ocasionalmente até aos sábados, 40 alunos da Emef Tenente Aviador Frederico Gustavo dos Santos, na Vila Angélica, zona norte de São Paulo, ficam ansiosos para se reunir com o professor Isaias de Melo na sala de música. Eles querem logo saber qual será a próxima composição que vão ensaiar para se apresentar com a banda marcial da escola.

Além das canções tradicionais (como o tema da vitória do piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna), o grupo, composto por estudantes de 8 a 15 anos, adora interpretar trilhas de filmes. “Minha música favorita é a do Titanic”, conta a trombonista Beatriz, 11, do 6º ano. Na lista, estão ainda canções de “A Bela e A Fera” e de “Os Vingadores”.

Os alunos também já participaram de algumas competições, sempre conseguindo os primeiros lugares. “A parte em que fico mais nervosa é a hora de entrar no local de apresentação. Depois a tensão passa e nos divertimos”, afirma Jamile, 12, do 6o ano, que toca prato.

A Emef já contava com uma banda, mas, por causa da pandemia, ficou bastante tempo sem se reunir. Há sete meses, porém, quando o professor passou de sala em sala convidando os alunos a retomar o projeto, eram poucos os que já tinham tido contato com instrumentos musicais ou sequer sabiam o que era uma banda marcial – que, em inglês, é marching band ou ‘banda que marcha’. Além de tocar, eles se movimentam como uma marcha mesmo.

“O instrumento escolhe o músico e todos podem aprender. Basta ter disciplina”, explica Isaias. Carlos, 15, do 9o ano, que toca trompete, dá dicas a quem pensa em participar de uma banda. “É preciso insistir no aprendizado. Se você desiste do instrumento por um dia, ele te deixa na mão por dois.”