Cultura

Memórias preservadas: conheça o projeto 'Quebradinha'

Marcelino Melo constrói miniaturas de casas da periferia para resguardar suas lembranças de infância

Por: Katia Calsavara

17/03/2023 13:37 atualizado há 44 segundos

Imagem Memórias preservadas: conheça o projeto 'Quebradinha'
Créditos da imagem: Fotos: Léu Brito/Divulgação

Quando era menino, o artista Marcelino Melo, conhecido como Nenê, conta que sentia uma imensa “fome de saber”. Ele e os amigos costumavam criar os próprios brinquedos com materiais que encontravam pelas ruas da cidade de Carneiros, no sertão de Alagoas. Hoje, aos 28 anos, morador do bairro Capão Redondo, na zona sul de São Paulo, Marcelino é movido pela mesma curiosidade – e mãos mágicas! É de sua autoria o projeto Quebradinha, que usa materiais recicláveis para recriar casas que retratam as periferias urbanas.

“Eu cheguei a São Paulo em 2008, com 14 anos, com minha mãe e dois irmãos, e fomos morar no Campo Limpo. Passei por muitas dificuldades de adaptação na cidade, inclusive na escola. Até que, por meio de oficinas culturais na região, eu conheci o hip-hop*”, conta ele, que atua com diferentes linguagens dentro das artes visuais, como fotografia, vídeo e artes plásticas. 

Antes disso, Marcelino trabalhou como entregador de comida, lavador de carros e pedreiro, ao mesmo tempo em que começava a fotografar as ruas do bairro. Até que conseguiu comprar um drone e passou a captar também imagens aéreas. “Eu ficava intrigado em ver que o céu era um espaço reservado apenas aos pássaros e aviões”.

Ele explica que o projeto Quebradinha também nasceu com o objetivo de guardar suas memórias de infância. “Comecei a perceber que estava esquecendo o rosto dos meus amigos, nem fotografias eu tinha para lembrar”, conta ele, que passou a construir as casinhas como uma forma de resgatar suas próprias raízes.

O artista lembra-se bem de quando pegou uma tampinha de garrafa e nela começou a construir uma microcaixa-d’água. Isso porque a paisagem periférica retratada com seu drone mostrava muitos pontinhos azuis em uma imensidão cinza, que nada mais eram do que as caixas-d’dágua e as telhas das casas das comunidades. As casinhas são ricas em detalhes, produzidas com materiais como madeira, arame, papelão e outros. As obras já estiveram em exposições em São Paulo e devem ir ao Rio de Janeiro em breve. “O Brasil é uma grande quebrada”, finaliza Marcelino.


*Movimento cultural, social e político que mistura dança (break), música (rap), grafite e DJ. Nasceu na periferia de Nova York, em meados da década de 1970, por influência das comunidades afro-americanas, caribenhas e latinas. No Brasil, começou a ganhar fama a partir do lançamento do álbum “Hip-Hop Cultura de Rua”, em 1988.



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