*Pergunta enviada por Rafael, 3o ano da escola Beit Yaacov

Você já deve ter visto em algum filme ou desenho a cena de um esguicho de água saindo pelo buraco do alto da cabeça de uma baleia, não é mesmo? Mas por que será que isso acontece? O biólogo Lucas Vital Garcia explica que, assim como nós, as baleias são mamíferos que precisam de ar para sobreviver e respiram por pulmões. O buraco na cabeça delas, que na verdade são dois, chamados espiráculos, funcionam como o nosso nariz, ou seja, não sai água dos orifícios e, sim, ar!

O que acontece é que o movimento de expirar é tão forte que joga água do mar para cima e também um pouquinho de muco. Além disso, o ar quente que sai dos pulmões em contato com o ar frio da atmosfera acaba formando um tipo de ‘fumaça’, parecida com a que soltamos da boca em dias frios. “O ‘borrifo’ pode acontecer perto delas ou subir até 4,5 metros”, detalha o biólogo.

E não são só as baleias que respiram assim. Os golfinhos, que também são mamíferos, possuem apenas um orifício, mas borrifam igual às baleias. Cada espécie tem seu tempo de subir à superfície, o que pode variar de 5 minutos a mais de duas horas. Eles conseguem renovar até cerca de 90% do ar dos pulmões a cada subida.

Você sabia?

A água do ‘esguicho’, recolhida por meio de drones, é usada por cientistas para pesquisas. Há um estudo com as baleias-jubarte no arquipélago de Abrolhos, na Bahia, em que os especialistas analisam o material para verificar como está a qualidade da água, por exemplo. E fica o alerta: não é incomum as pessoas jogarem água nos espiráculos quando os animais encalham nas praias. “Não se deve nunca fazer isso. Se jogassem água no nosso nariz nós nos afogaríamos. É a mesma coisa com os animais”, ressalta o biólogo.

CURIOSIDADES

• As baleias são os maiores animais da Terra. A baleia-azul pode ter 30 metros de comprimento e pesar cerca de 140 toneladas.
• Alimentam-se principalmente de pequenos crustáceos chamados KRILL. E não é pouco não! São cerca de 40 milhões todos os dias, o que dá quase 4 toneladas.
• Existem 40 espécies catalogadas. Como nadam bem, migram de tempos em tempos. No Brasil, as espécies mais encontradas são a franca e a jubarte.
• São inteligentes e dóceis, conhecidas por produzirem uma enorme variedade de sons, importantes para sua socialização, reprodução e sobrevivência.