Cultura
Bailarino cubano faz sucesso no Brasil
Yasser Díaz, há 25 anos no país, conta sua trajetória até o renomado corpo do Balé da Cidade de São Paulo
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Yasser Díaz, de 45 anos, é um dos bailarinos do Balé da Cidade de São Paulo, uma das maiores companhias de dança do Brasil. Nascido em Cuba, ele mora por aqui há 25 anos e já dançou em vários países do mundo. Nesta entrevista à Qualé, ele fala sobre disciplina, preconceito e persistência. Acompanhe.
Como você começou sua carreira no balé?
Meus pais me colocaram na ginástica olímpica quando eu tinha 5 anos e cursei até os 10. Um dia, meu professor, que também era preparador de bailarinos nos Estados Unidos, falou da possibilidade de vagas no Balé Nacional de Cuba. Minha mãe foi a primeira a me incentivar. Meu pai foi resistente, tinha preconceito, e confesso que eu também achava estranho balé para meninos. Depois, eu soube que os artistas dessa companhia eram as pessoas que mais viajavam no país e que essa era uma grande oportunidade de conhecer outras culturas. Resolvi tentar e gostei.
Você precisou se dedicar muito?
Demais! Eu tinha um físico que não era considerado ideal para as exigências do balé clássico. Para você ter ideia, eu usava sapato ortopédico, tinha as pernas muito tortas. Precisei trabalhar o triplo com exercícios específicos para transformar o meu corpo. De manhã eu ia para a escola, à tarde almoçava e já corria para o balé, onde ficava até umas 19h. Eu chegava em casa morto e ainda fazia muitos exercícios extras. O que você diria a alguém que quer ser bailarina ou bailarino? Que insista e se dedique muito, 200%, 300%. Eu entrei achando que seria mais fácil. Não posso enganar vocês: é preciso lutar muito para ser o melhor. Com esse pensamento, é possível ir longe, é uma profissão maravilhosa na qual você conhece pessoas e culturas diferentes. O mercado para homens, por exemplo, é mais amplo, dentro e fora do Brasil, justamente porque poucos optam por essa carreira.
Por que ainda há preconceito com os homens na dança?
Assim como em outras artes, a dança é um lugar de livre expressão. Infelizmente, nem todo mundo aceita isso, né? Uma pena.
Você sofreu muito com racismo na sua trajetória?
Sim. Eu sonhava em fazer parte do Balé Nacional de Cuba. Estudei anos com esse objetivo e consegui passar. No entanto, nos primeiros dias por lá, percebi que não era o meu lugar. Uma pessoa comentou que “negros não poderiam dançar determinados papéis” e aquilo me marcou. Logo articulei minha saída para outro lugar, o Centro Pro Danza de Cuba, onde fui muito bem recebido e segui feliz.
O que o balé fez por você?
Tudo. Desde os 16 anos eu comecei a viajar pelo mundo e a ganhar meu sustento como bailarino, a ajudar a minha família, que ficou em Cuba. A minha formação foi muito sólida, nunca me faltou trabalho. Tenho um orgulho imenso da profissão e da vida que escolhi.
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