Economia
Entenda a polêmica do PIX
Você certamente já ouviu falar no PIX, tipo de transação financeira de transferência de dinheiro, semelhante ao uso do cartão de débito, que existe desde 2020. No entanto, no início deste ano, uma decisão da Receita Federal e do Banco Central de fiscalizar o imposto de renda dos brasileiros, acabou resultando em muita confusão em torno do PIX, tecnologia considerada relativamente nova.
Todas as pessoas que trabalham ao longo do ano devem pagar parte de seus rendimentos ao governo, o chamado imposto de renda. A ideia da Receita era justamente atualizar a fiscalização desses impostos, incluindo agora as transações via PIX. Só que essa medida acabou gerando muita confusão. A partir de 5 de janeiro, começaram a surgir fake news nas redes sociais sobre a taxação direta do PIX. Foi criado até um vídeo falso, com Inteligência Artificial, no qual o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falava sobre a taxação.
“No Brasil, o PIX tem uma aceitação enorme. Todo mundo faz, do jovem ao idoso. Inventaram que o governo cobraria um imposto de quem fizesse transferências superiores a R$ 5 mil reais (R$ 15 mil no caso de empresas). Daí, cada um interpretou de um jeito. Um achou que essa taxa seria cobrada por mês, outro por operação, e a mentira foi espalhada para todo lugar”, explica a economista Carla Beni, professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O que acontece é que não existe a ideia de um imposto em cima do PIX. O que foi divulgado pela Receita foi a atualização da fiscalização de impostos para evitar a sonegação (quando uma pessoa deixa de pagá-los).
Nesta quarta-feira (15), o ministro anunciou que vai revogar (cancelar) o ato que ampliaria essa fiscalização e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assinar uma medida provisória para garantir que as transações via PIX não serão cobradas. “Foi criada uma confusão muito grande por conta de uma mentira espalhada nas redes sociais. Isso acabou fazendo com que muita gente nesta semana deixasse de fazer PIX. Uma coisa que era uma atualização por conta da tecnologia, virou uma grande bagunça”, finaliza a economista.