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Brasil

“A educação midiática é necessária para alcançar a cidadania digital”

Alexandre Sayad, que integra a aliança internacional da Unesco sobre o tema, fala da importância de todos os pilares do ensino informacional agirem juntos

Por: Marcela Ibelli

04/11/2022 15:25 atualizado há 1 ano

Imagem “A educação midiática é necessária para alcançar a cidadania digital”
Créditos da imagem: Divulgação

“Educação midiática é um conjunto de competências que precisamos desenvolver para ser cidadãos. É necessária para alcançar a cidadania digital.” A declaração é de Alexandre Sayad, diretor da ZeitGeist Educação e co-chairman internacional da Unesco MIL Alliance (Paris, França), a aliança internacional da Unesco em Educação Midiática.


O educador acredita ainda no poder dos estudantes ao produzirem sua própria comunicação. “Se o educador cuida da leitura, do debate do que foi transmitido entre os próprios estudantes, ele olha para a linguagem e depois os ajuda a produzir, é um ciclo perfeito.”

Em entrevista ao blog da Qualé, Sayad falou ainda sobre o atual cenário da educação midiática nas escolas brasileiras e os desafios dos educadores para usar a tecnologia a favor da Educação. Veja abaixo:


Em pleno ano 2022 tem muita gente que sequer ouviu o termo educação midiática. O que é, o que engloba e por que é tão importante?

Educação midiática é um conjunto de competências que precisamos desenvolver para ser cidadãos. Elas são direcionadas para ler, analisar, ter o direito de produzir e identificar os códigos da mídia, além de ensinar sobre toda a mitologia que envolve o universo contemporâneo, que são as redes sociais. É necessária para alcançar a cidadania digital. É uma lente para o mundo e uma forma de se sentir pertencente a ele. Acredito muito na cultura de aprendizagem que se desenvolve a vida inteira, o lifelong learning. Vejo a educação midiática nesse conceito porque é um processo, não se adquire esse conhecimento de uma vez. É importante quando acontece o primeiro contato com os conteúdos, produtos e plataformas lá em uma das pontas da vida, mas também é importante na outra ponta: os ensinamentos para quem nunca teve acesso e precisa aprender para se informar melhor e participar do mundo.


Acredita que o processo de ensino midiático já deva começar no letramento?

O conceito de letramento é muito interessante, inclusive é usado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). O letramento passa pela educação midiática, não é algo separado, é simultâneo. Gosto de enxergar a tecnologia como uma linguagem e não como uma ferramenta. Uma linguagem que permeia e se integra com o ler e com o escrever e vai além, com sons, imagens em movimento. Hoje em dia há a interação com os objetos, como é o caso de algoritmos da inteligência artificial. A criança sabe quem é robô que responde para ele? Quem é a Alexa? Há um humano por trás disso? Isso tudo é parte da linguagem que a criança já aprende na alfabetização para, daqui 15 anos, produzir uma cultura digital com ela. Como toda linguagem, a digital traz benefícios e desafios, que vai da sala de aula até a política pública. Trabalhar com educação midiática significa observar tudo isso e equilibrar.


A pandemia de Covid-19 acelerou o processo da digitalização também no ensino. Como você vê essa bomba tecnológica e o que fazer a partir de agora?

Foi realmente algo extraído a fórceps, mas é uma bola que já estava quicando há muito tempo. Considero o universo da educação muito preguiçoso, deixa a coisa transbordar para, então, se preocupar. Eu trabalho com educação midiática há pelo menos 20 anos. Esse é um tipo de discurso que já devia ter sido abraçado pelos currículos das faculdades de Educação. Geralmente, vem de atores externos, outsiders da educação, para mexer nesse caldeirão cultural. Todas as características abordadas pela educação midiática fazem parte do mundo. A lição do que veio com a pandemia ainda está sendo aprendida. Gostaria que todos nós começássemos a prestar mais atenção nisso, saber lidar com as incertezas, como uma pandemia. O que não podemos deixar é que isso aumente a discrepância social no Brasil, é acelerar os processos, sobretudo de banda larga. Para mim, escola tem que ter internet como tem água. É isso de um lado e do outro lado é cuidar para que o desenvolvimento das competências da alfabetização midiática informacional esteja no currículo, na cultura, nas atividades de educação formal e informal, integrando o ecossistema de lifelong learnin. Passa pela escola, mas é preciso olhar a rede toda. Hoje o debate na Unesco é: Como as mídias educam as outras mídias? Aí passa por regulação do direito social. Então, a questão é como esses atores do ecossistema passam a olhar o tema como uma realidade. O metaverso não é mais uma realidade paralela, já é o nosso mundo, é o hoje.


Quais os desafios dos educadores para usar a tecnologia a favor da Educação?

O primeiro desafio é a escola assumir o digital como parte da cultura, não ter medo nem rechaçar sem conhecer. Encarar a tecnologia não como ferramenta, porque isso a torna menos importante, mas como meio, linguagem. Não é algo opcional, deve ser central. Algumas dicas são criar um código de ética comum de uso da internet junto com os estudantes e não bloquear o acesso a plataformas, como o YouTube, para os professores. Quando se assume que há uma cultura digital é preciso encontrar as oportunidades da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) ou extracurriculares, como os itinerários formativos, ou ainda observar a comunidade em torno da escola para ver onde a educação midiática pode entrar. Muitas ações podem nascer com os estudantes, por meio dos grêmios, por exemplo. Antigamente, eram eles os responsáveis pelos jornais e o site da escola. Todo o processo midiático começava pela mão dos alunos. Hoje há muitas outras oportunidades, desde que a escola legitime a cultura digital.


Posicionar o estudante como o responsável por criar as notícias faz diferença nesse processo de educação?

Sim. Existem muitas pesquisas que já mostram exatamente isso, que era mais comum nas décadas de 1970 e 1980 no Brasil. Hoje o fazer é um salto cada vez mais importante. Vai além, leva em conta, inclusive, valorizar todas as linguagens disponíveis e ver que podem potencializar o aprendizado. Quando se supera a análise de discurso, se apropria dele. Se o educador cuida da leitura, do debate do que foi transmitido entre os próprios estudantes, olha para a linguagem e depois o ajuda a produzir, é um ciclo perfeito. Imagine fazer uma radionovela ou um podcast com tema que interessa aos estudantes? Isso é superar a análise de discurso. A educação midiática é uma forma de olhar para fora, dialogar com os outros públicos. Faz uma revista? Divulga. Esse é o desafio.


Como está a educação midiática nas escolas do Brasil hoje?

É complexo analisar, porque começa com o questionamento: o que se considera, na prática, educação midiática? A meu ver, começa no popular, como o cordel, jornais da igreja católica dos anos 1950, comunicação dos sindicatos dos anos 1960 e 1970. Depois, de acordo com os parâmetros nacionais curriculares, vem ganhando força com algumas janelas não muito explícitas, como análise de discurso. Nos anos 1990, surge a educomunicação como um outro termo. A Unesco começa a sistematizar as coisas nos anos 2000 e em 2017 adota o termo educação midiática como guarda-chuva, então, tudo depende. Diria que o Brasil é um celeiro criativo e de tradição cultural de inovação, mas falta um olhar sistêmico e organizar tudo isso como um grande assunto que merece atenção.


  • midiática

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